Retratista, pintora da espiritualidade e herdeira de uma tradição artística que atravessa seis gerações

Nádia Saraiva é artista plástica autodidata, com mais de 60 anos de trajetória dedicada à pintura a óleo. Sua arte é marcada por um profundo realismo técnico aliado à sensibilidade emocional e espiritual — cada obra transmite beleza, acolhimento e luz. Seu trabalho não está vinculado a nenhuma doutrina ou religião específica: é espiritual por essência, guiado pela busca do belo e pela conexão sensível com quem observa.

Filha da artista Alayde Ambrósio, cresceu entre pincéis e cavaletes. A pintura sempre esteve presente em sua vida — tanto como herança familiar quanto como expressão de sua própria alma. O legado artístico vem de longe: desde seu bisavô, José Roverso, que pintava igrejas na Itália, até a nova geração representada por sua filha caçula, Claria, muralista e designer. Já são seis gerações de artistas na mesma linhagem.

Aos 17 anos, Nádia já assumia as turmas de sua mãe no ateliê. Ainda jovem, iniciou o curso de desenho e publicidade na Escola Cândido Portinari, em São Paulo, mas foi logo convidada a lecionar pintura na própria instituição — interrompendo os estudos para seguir o caminho do ensino e da prática artística. Paralelamente, ingressou na carreira administrativa no Banco do Brasil, o que a levou a viver em diferentes cidades até se estabelecer no Triângulo Mineiro.

Em 1996, retomou as aulas de pintura em Nova Ponte (MG), e desde então passou a ministrar oficinas e cursos regulares. Seu trabalho autoral também ganhou força nesse período, voltando-se com ainda mais clareza para a espiritualidade — tema que sempre esteve presente em suas telas.

Participou de dezenas de exposições individuais e coletivas em Minas Gerais, São Paulo, Brasília, Portugal, Inglaterra e Itália. Em 1998, teve sua obra “Palavra de Vida Eterna” escolhida para integrar o acervo permanente da Cidade do Vaticano. Por essa contribuição, foi homenageada com o título de Cidadã Honorária de Nova Ponte (MG).

Sua pintura é precisa, delicada e profundamente sensível. Os retratos que produz revelam mais do que semelhança: expressam presença, memória e sentimento. Já suas obras autorais abordam temas como fé, contemplação, figuras sagradas e espiritualidade universal — sem vínculo com igrejas, apenas com aquilo que transcende e toca.

Atualmente, mantém seu ateliê em Uberlândia (MG), onde continua produzindo obras autorais, realizando encomendas e ministrando aulas de pintura a óleo. Seu trabalho segue sendo reconhecido pela beleza, pela técnica refinada e pela capacidade de tocar a alma com cores, formas e luz.